Se suspirasse e inventasse que eu era
aroma de todo aquele céu que explodia...,
se dissesse que todas as pessoas que aos pedaços por ali caíam...,
se afagasse meus cabelos e pusesse canto nos ouvidos em noites que...,
se apagasse de mim todas as memórias e levantasse em glória pra dizer:...,
se despido mancomunasse ao redor de tudo que é belo e amarelo, singelo.
Se um dia levitasse dizendo ser possível viver no tempo de agora.
Se consumisse mais uma vez todos os meus poros
para trazer seus produtos e consequências melífluas,
libélula flama dói no peito!
Se pudesse sorria quando me vê assim nua,
porque meu corpo é zona,
é destemperado,
é fora do eixo, é vaciloso,
é canceroso, é dançante,
é coisa que também explode,
é coisa insegurada,
é parte de tudo isso que você sai por aí tapando!
Vivianne Oliveira Moureau – Poesia e Voz.
Henrique Ravelli – Guitarras e Programação.